Toledo em alerta: Comitê define estratégias urgentes contra aumento da dengue e surgimento da chikungunya

Foto: Jose Augusto Seide

Reunião no Centro de Endemias expõe quadro epidemiológico preocupante, com secretário de Saúde e diretor de Vigilância em Saúde detalhando números e alertando para a necessidade de ação contínua da população e do poder público.

O Comitê Municipal Intersetorial de Combate à Dengue, Chikungunya e Zika Vírus se reuniu na tarde desta terça-feira (8), no Setor de Combate a Endemias de Toledo, em um encontro que evidenciou a crescente preocupação com o avanço das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti no município. A segunda reunião do grupo em 2025 congregou representantes de diversos órgãos públicos, entidades da sociedade civil organizada e empresas engajadas no enfrentamento das arboviroses.

A reunião teve início com uma breve explanação do secretário de Saúde de Toledo, Nilton Perlin, que enfatizou a importância da persistência nos cuidados preventivos, mesmo durante os períodos de temperaturas mais amenas. Segundo ele, “a forma alada do mosquito diminui bastante nesta época, mas o cuidado em eliminar os criadouros deve prosseguir, pois os ovos podem resistir vários meses e eclodirem quando as estações mais quentes chegarem”.

Na sequência, o diretor de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Junior Palma, apresentou o panorama epidemiológico atual do município, um cenário que, segundo ele, “acende um alerta sobre a necessidade de intensificação das ações de prevenção e combate”. Os dados revelaram que, entre 29 de dezembro de 2024 – início do atual ano epidemiológico – e 4 de abril, data do último boletim, foram confirmados 322 casos de dengue em Toledo. O município contabiliza um total de 2.711 notificações, sendo que 816 ainda aguardam resultado laboratorial e 1.577 foram descartadas.

Um ponto de destaque na apresentação foi o surgimento de casos de febre chikungunya em Toledo. Junior Palma informou que “três confirmações já foram registradas em 2025, além de cinco pacientes que aguardam resultado de exames e seis cujos resultados deram negativo”. Ele explicou que, a partir da edição mais recente, os boletins epidemiológicos de Toledo passaram a incluir informações sobre a chikungunya. “Os casos de dengue vêm subindo semana após semana e agora estamos com alguns casos de febre chikungunya. Estamos analisando todo este quadro para que, baseados nos critérios estabelecidos pelo Plano Municipal de Ação de Enfrentamento da Dengue, Chikungunya e Zika Vírus, saibamos tomar as decisões com a maior assertividade possível. A partir dos dados que temos à disposição, não há ainda um cenário de epidemia de dengue no horizonte, mas esta hipótese não está descartada, sendo que as próximas três semanas serão cruciais para definirmos as ações que precisarão ser colocadas em prática”, analisou o diretor.

A avaliação de Junior Palma é sustentada por dados em nível estadual. Ele informou que, entre as semanas 1 e 13 deste ano, o Paraná confirmou 25.231 casos de dengue (com predominância dos sorotipos 1, 2 e 3) de um total de 99.585 notificações, resultando em 19 óbitos. O diretor ressaltou que “estes números representam uma queda, respectivamente, de 90,92% (277.923), 76,32% (420.717) e 94,75% (362) em relação ao mesmo período do ano passado”.

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Durante a reunião, foram apresentados os resultados do segundo Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) de 2025, realizado entre os dias 10 e 13 de março. Após a vistoria de 2.573 imóveis sorteados aleatoriamente em todos os bairros da cidade pela equipe de agentes de combate a endemias (ACE), o Índice de Infestação Predial (IIP) médio apurado foi de 3,7%. Junior Palma expressou sua preocupação com o índice, explicando que ele é considerado alto, “já que os organismos nacionais e internacionais de saúde recomendam limite máximo de 1%”. Ele também comparou o resultado com o índice de janeiro, que havia sido de 2,6%, e lamentou: “Estes resultados acenderam um alarme para realizarmos ações mais localizadas, nos bairros onde os índices foram mais altos. Infelizmente, mesmo a dengue sendo uma doença cujo primeiro caso foi registrado em Toledo em 2007, muitas pessoas continuam não destinando corretamente objetos que podem servir de criadouro para o Aedes“.

Junior Palma informou que o próximo LIRAa está previsto para maio e fez um apelo à população para colaborar com o trabalho dos agentes de combate a endemias. “Neste processo, o trabalho dos agentes de combate a endemias é fundamental e a população precisa compreender a importância destes profissionais, abrindo as portas para eles quando estiver em casa, ou, quando isso não for possível, agendando a vistoria em horários alternativos, como sábados de manhã ou, em dias úteis, das 12h às 13h30”, observou. Ele também destacou a atuação dos ACEs em outras frentes: “Numa situação em que alguns ACE estão fazendo busca ativa por escorpiões no Boa Esperança e monitorando esta situação em outros bairros, temos que valorizar a atuação da categoria”, acrescentou, anunciando a distribuição de panfletos informativos sobre escorpiões em áreas próximas aos locais de ocorrência.

O coordenador do Setor de Controle e Combate a Endemias, Antônio José de Sousa de Moraes, detalhou as 27 ações educativas realizadas nos três primeiros meses do ano: “2 em janeiro, 11 em fevereiro e 14 em março. Estão neste cálculo entrevistas a órgãos de imprensa, limpeza de imóveis e atividades em empresas e universidades”.

Atendendo a um pedido da reunião anterior, diversas entidades, empresas e órgãos públicos apresentaram suas propostas de ações para o combate à dengue, detalhando formatos, datas e possíveis demandas de apoio do Setor de Endemias. Representantes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) – câmpus Toledo, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) – unidade Toledo, do Serviço Social do Comércio (Sesc) – unidade Toledo, da Prati-Donaduzzi, da Secretaria Municipal da Educação (Smed) e do Setor de Comunicação da Prefeitura de Toledo compartilharam as iniciativas que já estão em andamento no combate ao Aedes aegypti.

Em um consenso entre os presentes, ficou definida a data da próxima reunião do Comitê para o dia 10 de junho, às 14h, no Setor de Combate a Endemias. O objetivo é dar continuidade ao monitoramento da situação epidemiológica e ajustar as estratégias de enfrentamento da dengue e da febre chikungunya em Toledo.

Via Assessoria de Comunicação do Município de Toledo

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