
Operação Antigua cumpre 54 medidas judiciais contra grupo criminoso que internalizava drogas do Paraguai e lavava dinheiro através da compra de fazendas e outros imóveis; líderes já haviam sido presos em 2012.
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (9) a Operação Antigua, mobilizando um efetivo de aproximadamente 80 policiais federais, com o suporte aéreo do Comando de Aviação Operacional (CAOP) e o apoio tático do Grupo de Pronta Intervenção (GPI), para desmantelar uma organização criminosa sofisticada, especializada no tráfico internacional de entorpecentes, com foco na internalização de drogas provenientes principalmente do Paraguai e com ramificações estabelecidas naquele país.
As investigações conduzidas pela Polícia Federal revelaram que a cúpula desta organização criminosa já havia sido alvo da Operação Vera Cruz, desencadeada no ano de 2012, que culminou na prisão de seus principais articuladores na cidade de Cascavel, localizada no oeste do Paraná. No entanto, após cumprirem suas respectivas penas e serem liberados do sistema prisional, os líderes retomaram as atividades ilícitas, expandindo de maneira significativa a estrutura do grupo criminoso e implementando novas e elaboradas estratégias com o objetivo de ocultar os vultosos lucros auferidos com o tráfico transnacional de drogas.
Ao longo do minucioso trabalho de monitoramento e das diligências investigativas, a Polícia Federal identificou que os investigados realizaram a aquisição de pelo menos oito fazendas, situadas no estado do Pará. A PF apurou que essas propriedades rurais eram utilizadas como um dos principais mecanismos para a lavagem do dinheiro obtido através do tráfico internacional de drogas e, possivelmente, também como pontos estratégicos para a movimentação e o armazenamento dos carregamentos de entorpecentes.
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Os indícios robustos coletados durante a investigação apontam que a escolha estratégica da localização das fazendas no Pará, em áreas com acesso facilitado por importantes hidrovias, tinha como finalidade primordial otimizar o transporte de grandes quantidades de drogas por meio de embarcações, dificultando, assim, a ação fiscalizatória e a detecção por parte das autoridades competentes. Além da aquisição das extensas propriedades agrícolas, os investigados também realizaram a compra de diversos outros imóveis com o intuito de tornar mais complexo o rastreamento e a consequente apreensão de seus ativos financeiros e patrimoniais de origem ilícita.
Em um esforço para alcançar todos os integrantes da organização criminosa, inclusive aqueles que se encontram foragidos no exterior, a Justiça Federal expediu uma autorização para a inclusão dos nomes de dois membros do grupo criminoso, atualmente em fuga na Alemanha, na lista de difusão vermelha da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal).
No decorrer da Operação Antigua, foram cumpridas um total de 54 medidas cautelares, expedidas pela Justiça Federal, sendo elas executadas simultaneamente nos estados do Paraná e do Pará. A ação policial envolveu o cumprimento de 12 mandados de prisão preventiva, 1 medida cautelar de monitoração eletrônica (tornozeleira), 20 mandados de busca e apreensão em diversos endereços ligados aos investigados e 21 mandados de sequestro e bloqueio de bens móveis (veículos, embarcações), imóveis (terrenos, casas, fazendas) e valores financeiros pertencentes aos membros da organização criminosa.
Adicionalmente, a Polícia Federal informou que todas as propriedades identificadas como pertencentes ou de alguma forma vinculadas à organização criminosa foram objeto de ordem judicial de bloqueio, com o objetivo principal de promover a descapitalização do grupo criminoso e garantir a responsabilização patrimonial dos indivíduos envolvidos no esquema de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.
Rádio Toledo com informações da PF